Otávio Augusto Mantovani, de 23 anos, participa do Grupo de Oração Jovem El Shaddai da Paróquia Santo Antônio e foi um dos representantes da Diocese de Franca na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que aconteceu de 22 a 27 de janeiro na Cidade do Panamá que reuniu milhares de pessoas de todo o mundo. A JMJ acontece a cada três anos e essa foi a terceira que contou com a participação do Papa Francisco.
Esta foi a segunda JMJ do Otávio, que esteve no Rio de Janeiro em 2013, quando ainda tinha 17 anos e foi com mais 12 jovens de seu grupo de oração, onde estava há 4 anos. “Tivemos experiências incríveis e o que nos movia era o lema da JMJ daquele ano “Ide por todo mundo e anunciai meu Evangelho”.
Confira abaixo o que foi para o Otávio a JMJ 2019:
“Agora em 2019, o Senhor me confiou a ir mais além. Novamente compus uma caravana de peregrinos com 12 membros, participantes da realidade paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, tendo como líder o pároco daquela paróquia, Padre Ovídio, com quem tive o prazer de muito me aproximar ao longo dos 10 dias de viagem. De todos os membros da nossa caravana, eu era o único participante da RCC, e assim tive a oportunidade de levar nossa espiritualidade àqueles jovens, e mais que isso, pude também apreender muito acerca do carisma deles.
Em 2019 o Papa Francisco nos convidou para meditarmos como temática principal a resposta oferecida pela virgem Maria, nossa mãe, quando o Anjo Gabriel levou a ela a boa nova, e como ela, fomos instigados a responder “Hé aqui la sierva del Señor, hagá-se en min según tu palavra” (“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim a tua palavra”), sendo que esta temática norteou todas nossas experiências ao longo do tempo que lá estivemos.
Geralmente nós carismáticos estamos acostumados a viver uma experiência profunda com Deus através de intensos e fervorosos clamor, Batismo e Efusão do Espírito. Na JMJ Panamá 2019, entretanto, Deus se manifestou a nós peregrinos em pequenos gestos e atos. Pude sentir e ver Deus nos panamenhos, no seu calor em nos acolher, na família que me acolheu, nos atos centrais da Jornada, nas catequeses, no Papa. Em tudo isso víamos Deus, mas como disse anteriormente, nas simplicidades destas coisas, nos pequenos detalhes. E cada detalhe merecia um certo cuidado por parte dos peregrinos.
A iniciar pelos panamenhos: povo muitíssimo simples e acolhedor, cuidaram de nós como se filhos deles fossemos. Se para nós brasileiros um evento como a JMJ seria uma espécie de “teste” para a Copa do Mundo, Olimpíadas, e etc, para o Panamá a JMJ era O EVENTO. Então todos os panamenhos estavam dispostos a bem cuidar dos peregrinos, transmitindo sempre uma boa imagem de seu país, sejam eles católicos, Islâmicos, Evangélicos e até mesmo ateus. Nossa caravana teve o prazer de ficar hospedada em casas de família da região mais humilde da capital do pais, a Região de Pacora, localizada na Ciudad del Panama, zona periférica, mas com uma presença significativa e forte de Deus.
Além da simplicidade e da humildade do país e dos panamenhos, outro ponto marcante dessa JMJ, que trago como aprendizado é a cultura de encontro que os panamenhos possuem. Para eles não bastava acolher o peregrino oferecendo um espaço, um pouco de comida e água. Eles queriam viver conosco a jornada de maneira intensa, sempre presente, ao nosso lado em todos momentos, se preocupando com pequenas coisas, como desde onde vamos comer, até como iríamos voltar para nossas casas.
Inspirados por esta cultura de Encontro, também muito difundida pelo Papa em todas suas exortações e catequeses durante a JMJ, tivemos a oportunidade de nos encontrar com jovens de diversas realidades de dentro da Igreja e com eles partilhar, nas mais diversas línguas, experiências, pontos positivos, estratégias de evangelização, entre outras. Eu tive a oportunidade de partilhar vários jovens a experiência de pentecostes que semanalmente vivo em meu GOJ, e como esta experiência carismática tem mudado a vida de tantos jovens em minha cidade.
Outro ponto que ficou marcado nesta JMJ foi a presença do Papa Francisco. Não sei se tiveram a oportunidade de se encontrar com o Papa, mas das 7 vezes que tive o privilégio de o encontrar no Panamá, e passar bem próximo a ele, sempre sentia o mesmo sentimento de euforia e esperança, afinal é o vigário de Cristo, Pedro vivo, o representante máximo da minha fé que está diante de mim.
Para finalizar quero ressaltar o quanto me impressionou o entusiasmo dos panamenhos que me acolheram em relação à nossa espiritualidade carismática. No último dia, antes de embarcar, fui levado por meus anfitriões, que viveram 10 dias intensos ao meu lado, para conhecer um pouco mais da cidade e de suas famílias. Logo que cheguei à casa de um dos filhos do casal que me acolheu, ele partilhou comigo que estava ansioso pelo Carnaval, pois no ano anterior ele viveu uma experiência fantástica promovida por um tal movimento pentecostal católico, que tinha como característica falar em línguas estranhas, clamar um tal de batismo no espírito santo e outras coisas mais. Logo me dei conta que estavam falando da RCC. Assim que falei a eles que eu participava da RCC em meu país, eles prontamente pediram que clamássemos a presença do Espírito Santo sobre aquele lugar, sobre aquela família, sobre a JMJ, sobre o Panamá. Esperamos que eles reunissem toda a família, e eu em Portunhol conduzi um momento de oração e clamor ao espírito na casa daquela família, que ao final sem palavras apenas partilharam comigo o grande bem que aquele momento de oração significou para eles.
A lição que levei deste momento, e de toda a JMJ é que onde quer que estejamos, devemos estejamos, façamos o que fizer, devemos sempre CLAMAR O ESPÍRITO SANTO, sobre tudo e todos, para que ele opere aquilo que é vontade de Deus onde ele quiser.
Encerro com a exortação que o Papa Francisco nos fez e, sua celebração de acolhida no Panamá: ‘Jovens vocês não são o amanhã da Igreja, vocês são o Hoje, por isso sejam de Cristo e levem Cristo para suas realidade Hoje!’ ”
A próxima Jornada Mundial da Juventude será em Lisboa, Portugal, em 2022.